sábado, 21 de fevereiro de 2009

Adeus, chocolate!

Contrariando as minhas convicções mais ou menos de esquerda, no qual não se conversa nunca sobre batatas fritas, chuveiros elétricos ou tênis da moda, eis que hoje, especialmente, dedicarei uma crônica inteirinha a um assunto com claro espírito burguês e capitalista: as bolachas de morango.

Não é segredo para ninguém que eu as odeio. E não é nenhum preconceito bobo: eu já provei diversas marcas, testei por tortuosos anos, tentei aceitar as suas diferenças em relação aos outros sabores; mas, sinto muito, não dá, senhorita Morango! Não consigo gostar de você de jeito algum.

O sabor é altamente enjoativo, causador de diversos problemas estomacais e psicológicos em pessoas menos treinadas, como eu. Confesso que nunca consegui passar da terceira ou quarta bolacha de morango. Sempre rejeito a quinta, e logo vou ao banheiro desabafar as mágoas com o vaso. Eca.

A bolacha de morango, meu camarada, é um claro exemplo do golpe da burguesia-publicitária-consumista, no qual somos influenciados a comprar produtos que não gostamos verdadeiramente: refrigerantes, sapatos de salto, livros de vampiros adolescentes e CDs da Britney Spears são alguns outros exemplos dessa influência macabra dos publicitários em nosso cotidiano.

Nós, pobres brasileiros, aceitamos assim, de bom grado, toda essa campanha a favor do famigerado morango, rejeitando toda a tradição camponesa do chocolate, que trabalhou duro, incansavelmente, e, numa terrível batalha de classes com a baunilha, conquistou o seu espaço. A bolacha de morango se aproveitou da fraqueza da sociedade, entrou em nossos lares e seduziu as criancinhas indefesas.

Tudo bem, tudo bem, eu sei que num país livre e democrático as pessoas têm o direito de escolher o sabor das coisas que comem, assim como podem votar para vereador, mas aqui em casa, não! Eu não tenho direito algum sobre o sabor da bolacha. Minha mãe é um ditador da burguesia-publicitária-consumista. É ela quem escolhe, e é sempre morango. Assim não dá, companheiro. Como dizia o camarada Cazuza, “enquanto houver burguesia, não vai haver chocolate”.

8 comentários:

Leandro disse...

Eu sempre digo que às vezes me surpreendo com a minha capacidade de falar besteira.

Mas enfim,

Bom carnaval!
Beijos.

Jefferson Sato disse...

São as influências da família Prata e do Veríssimo. Isso nunca mais vai sair do seu sangue. Seus filhos receberão isso também!

Po, eu gosto de Trakinas de morango. Só. Bolachas de morango, num geral, são nojentas mesmo.

E sabe o que é bom? Morango coberto de Chocolate bem gelado. Eu não gosto de doce, mas essa está entre as coisas mais gostosas que já comi NA VIDA!

Tatiane disse...

Li o seu texto e, em seguida, fui ao mercado. Adivinha o que eu comprei? Trakinas de MORANGO! hahahahaha

Se não gostas de bolachas de morango, e se a tua mãe só compra bolachas desse sabor, tu deveria sentar e conversar com ela expondo seu gosto, e não culpar a publicidade por isso.

Mas bem, é só minha opinião.

Jefferson Sato disse...

Tati, idéia melhor: ele pega as bolachas e leva na faculdade para a gente comer!

Leandro disse...

Levar pra faculdade? Prefiro jogar fora.
ashahsahs

Nath disse...

"bolacha" é coisa de paulista. A única pessoa que eu ouço falar desse jeito, nasceu aí! xD

Enfim, BISCOITOS de morango são bons, de chocolate também, de baunilha também...enfim.
O problema tá no seu estômago, é isso. huahaahua

Muito bom o texto! Incrível como você consegue escrever sobre coisas banais de um jeito lindamente cômico e exclusivo. xD

beijo Lê!

Anônimo disse...

Trakinas, meio à meio (morango e chocolate)...recomendo. (rs)
Britney Spears!...Nem vo comentar, pois sabes minha opinião. =S
Texto, nada rebuscado, mas direto e bem escrito. Mas, comento, sabor artificial do morango, é apenas um reflexo do quanto artificial é a Vida! kkkkkk...Adoro filosofar sem sentido nenhum! kkkk...Abraçoa e!

Anônimo disse...

tadinhas das bolachinhas de morango,eu as adoro,o meu cheiro é de bom bom de morango assim diz minha mamãe.Gostei do teu comentario sobre salto alto, livros de vampiro, etc, devia ter citado as nojentas chapinhas de cabelo.