segunda-feira, 23 de março de 2009

Subterranean Homesick Drunk

Então ele a viu ali sentada no canto do bar, encantando sem querer, mas querendo, sim, e sem saber. Paixão é relance: um lance, uma fingida fugida ao banheiro, um sorriso com graça, um tropeço sem preço, ah, um gole de cerveja, um olhar marcado. Num momento estão apaixonados! Paixão de bar é eterna sem durar. Acaba sem começar. Paixão de bar é como mergulhar numa piscina gelada no frio, como falar inglês sem saber. What is your name, girl? Nunca tem nome quem está no bar. Quem está no bar só tem rosto e coração, sem senha, sem a louca histeria de ser...normal! Sou aquilo que bebo. Bebo, logo, existo. Altera o tempo quem está no bar: os minutos viram horas, as horas, segundos. E os segundos não mais do que realmente são, segundos são segundos. No bar, o amor é lindo! Nada mais lindo que amar no bar, beijar no bar, transar no bar. Transa no bar é com os olhos. Olhos que procuram desesperadamente outros olhos. Desesperados para pôr fim nessa histeria de ser...normal. Ninguém quer ser normal no bar, mesmo quem não bebe...e não há nada, absolutamente nada melhor que ter uma paixão de bar.

terça-feira, 17 de março de 2009

A origem das palavras (parte 1)

Dando seguimento a minha difícil tarefa de descobrir a origem histórica de todas as palavras (sem exceção) da Língua Portuguesa. Segue abaixo três recentes exemplos dessa minha incansável pesquisa.

Felicidade: A palavra surgiu na Itália, no século IV. Na verdade, o termo foi criado no antigo Bar do Felix, que ficava na esquina que separava (hoje não separa mais) as cidades de Roma e Veneza. O bar, muito famoso, reunia grandes artistas, escritores e pintores da época. Foi em suas mesas que nasceu o renascimento (há algo de errado nessa frase). Diz a lenda que certa vez um bêbado cortejou uma dama com a seguinte frase: “Mulher, se você casar comigo, eu descubro a América pra ti.”

Pinga: do Grego Arcaico, Pingus. Certa vez, Platão estava em seu quarto transcrevendo um de seus diálogos com um tal de Ari, quando, de repente, percebeu que pingos de água caiam em cima de sua cabeça. “Que porra é essa?”, perguntou Platão. Na época, não existia a palavra goteira. O filósofo resolveu experimentar o sabor do pingo. Gostou.

Evacuar: do Latim contemporâneo, Evacuares. Este termo foi inspirado no deus do vento Vácuo. Segundo a mitologia portuguesa, Vácuo, entediado, resolveu engolir todo o ar do universo de uma só vez. De tanto comer vento, o deus teve uma terrível indigestão, precisando ir imediatamente ao banheiro. Evacuou o Vácuo.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Ruminações

Então, furou aquele papo de postar toda semana. Não é que eu não quero, pelo contrário: passo horas do meu dia imaginando textos, mas realmente me falta inspiração, além de outras coisas mais. E também, é claro, está mais difícil pensar com tantos trabalhos, pautas, matérias e notas peladas para a faculdade. Mas tudo bem. A vida segue na linha...

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Aliás, nas últimas semanas, uma certa pessoa me fez pensar realmente na utilidade de ser jornalista. O incrível é que eu nunca questionei a minha escolha. Nunca. É óbvio que eu não vou sair correndo da sala, gritando: “Sai da frente, agora eu vou ser engenheiro químico”. Não. Mas aquela coisa de “aprender para ser igual” foi foda demais para a minha cabeça.


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Os textos abaixo são passagens do livro Trópico de Câncer, do Henry Miller.



“– Mas o que você quer das mulheres, então? – pergunto.
Ele esfrega as mãos, solta o lábio inferior. Parece completamente frustrado. Quando consegue gaguejar algumas frases soltas é com a convicção de que atrás das palavras há uma enorme inutilidade.
– Quero conseguir me entregar a uma mulher – declara – Quero que ela me tire de dentro de mim Para isso, precisa ser melhor do que eu, precisa ter cabeça...Tem que me convencer que eu preciso dela, que não posso viver sem ela. Você acha uma mulher dessas pra mim? Se fizer isso, eu lhe dou o meu emprego. Não ia me incomodar mais com o que ia acontecer, não ia precisar de emprego nem de amigos, livros, de nada. Se ela pudesse me convencer de que existe algo mais importante no mundo do que eu. Porra, eu me odeio!”


“[...]
– Você acha que gosto de mim. Isso mostra como sabe pouco a meu respeito. Sei que sou um grande sujeito, mas não teria esses problemas se não houvesse alguma coisa em mim. O que acaba comigo é não conseguir me expressar. As pessoas acham que sou um caçador de putas. Esses intelectuais que passam o dia inteiro sentado no terraço ruminando psicologia são superficiais. Essa foi boa, hein, ruminando psicologia? Anota pra mim. Vou usar na minha coluna na semana que vem.”

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Agora chega, vou dormir. Estou muito chato hoje, quase ruminando psicologia!