sábado, 4 de outubro de 2008

A equação da infinita saudade

Eu tive certeza que me tornei um nostálgico quando, na sexta-feira, experimentei a mostarda de uma dessas lanchonetes da Zona Sul.

– Que bela mostarda vocês têm aqui, hein?! – me deu vontade de dizer, ironizando.

Antigamente, a mostarda era saborosa, azedinha. Hoje, não: ela está mais doce que o brigadeiro feito pela minha mãe aos domingos. Não só a mostarda mudou, o ketchup também, a vida.

Eu sei que com dezenove anos é difícil sentir saudade de alguma coisa. Muitos dirão que é a melhor fase e tal, e eu concordo. Mas sinto falta, sim! Ninguém pode me tirar esse direito!Afinal estamos num país democrático. Ou não?

As coisas mudaram, meu amigo. O mundo não tem mais a graça de alguns anos atrás. As escadas mudaram de lugar, não batemos mais figurinhas, nada de futebol na rua sem saída! E as traves de madeira, cadê elas?

O fanatismo pelo maior time do mundo ainda existe? Não, com certeza. Bom o tempo em que a preocupação era perder todos os tazos na esquina. Esconde-esconde na esquina. Ah, lá vem o Seu Pascoal trancar o portão. Onde se esconder agora, meu amigo? Se for na Dona Ana, ela solta os cachorros. E os meus cachorros? A Princesa, a Grampola, o Pequenino?

Cem gramas de pururuca, por favor! Fogueira em dias de frio. Aliás, ainda existe frio em São Paulo? Chegar molhado de chuva em casa. O que é isso, meu filho, por que tão ensopado? Sopa à noite, hambúrguer à tarde, refrigerante de manhã. E amanhã, futebol ou matemática, professora?

E lá vem o Leandro pela esquerda, passa pela equação, dribla o gráfico, deixa no solo a divisão, mas perde a bola para o incógnito amor ao quadrado da Bruna, da Talita, da Jéssica... Que pena! Perdeu todo aquele jeito sem vergonha. Mas que vergonha, nem brincar você sabe mais, meu Deus.

Se me resta mesmo Deus. Adeus, tempo nenhum. Adeus, passado. Adeus, leitor. Ainda há algum?

8 comentários:

Leandro disse...

Texto estranho, eu sei.

Enfim, no futuro sentirei saudade do ano 2008. Se eu estiver louco, é claro.

Tchau.

Nath disse...

claro que há !

vou ganhar um tazo na segunda, por dividir uma coxinha com um amigo meu. ahuha

fiquei perto da fogueira apenas uma vez, e isso foi mês passado, há umas 2 semanas. xD

refrigerante de manhã, eu tomava na casa da vovó, com cachorro-quente no pão francês e molho com salsichas bem cortadas.
Era mesmo bom...

Sou saudosista desde quando tenho meus 14 anos, mas não acho que seja uma boa idéia. Toda vez que sentimos saudade, é porque (pelo menos no meu caso), a vida não está tão boa como antes, ou a gente quer reviver coisas, sem experimentar as novas.
mas enfim, para contradizer tudo isso, tem aquela frase "recordar é viver".

legal o texto, super informal :)
acho que você escreveu melhores, mas esse não deixou a desejar ;D
beijo Lê!

PS.: sobre você ter medo do meu texto, pode crer, eu também tenho. Imagine então, um medo mais, que é o de pensar que tudo aquilo saiu da minha cabeça e eu nem nunca senti nada daquilo. :O

Jefferson Sato disse...

Acho que 18 anos é o momento em que a vida das pessoas mudam. Todo mundo quer fazer 18 para ser independente, beber até sair, sair com os amigos e voltar a hora que quiser, entrar no lugar que quiser. Aí as pessoas descobrem que é a idade em que elas precisam ser mais responsáveis, e um mundo de obrigações cai sobre elas. E adeus diversão. Adeus todos aqueles planos de farra e risos. Dali pra frente, só sobram estudos, trabalhos e deveres.

Acho que as coisas que sentimos saudades hoje serão 80% das coisas que sentiremos saudades quando estivermos com 60 anos.

Agora... achei engraçado vc falar de fogueira! Nunca fiquei perto de uma fogueira! Vc cresceu aonde?????

C. F. disse...

É pra ti ... hahaha;

E eu já disse que gostei desse aqui!! =D

Beijo;

Bruna Nunes disse...

Eu gostei disso aqui. Você é bom.

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C. F. disse...

ô seu bobo !

o melhor mesmo é nem pensar ...
sinta, sinta !


=**

Tatiane disse...

Eu gostava de fogueira. Minha mãe sempre fazia nas festas juninas e tal.
Gostava de tazos, colecionava-os. E os que mudavam os desenhos conforme a posição dos mesmos eram os melhores!
E eu continuo bebendo refrigerante de manhã, já que não sou fã número um de leite.

Enfim, eu vou sentir saudades de você e das nossas conversas quando tiver 60 anos. Isso conta? :}

Gostei do texto. E não, não acho que está estranho.

Beijo.

Anônimo disse...

bom comeco