quinta-feira, 23 de outubro de 2008

A sonolência sem fim

Tenho certeza que se algum desses cientistas me examinassem um dia descobririam o segredo da minha vida no primeiro olhar mais apurado:

– O seu sono não é deste mundo, Leandro. – me diria um deles.

Eu, meio cabisbaixo, teria que concordar: sim, problemas com o dormir realmente fazem parte da minha vida. Não é nada de apnéia, insônia, sonambulismo, essas coisas meio classe média, saca? A minha dificuldade é de peão mesmo! É ter sono demais! Mais que demais, é quase insuportável.

Chego a pensar que eu, sujeito menor, posso alcançar a maior glória do universo: ser o primeiro homem a morrer de sono. Isso mesmo: vou chegar ao limite da sonolência e, ao invés de dormir por ali mesmo, meu espírito abandonará o corpo vil para ir morar ao lado de Deus, quem sabe, lá atrás das montanhas.

A coisa é tão séria, meu caro, que os métodos anti-sono não têm mais efeitos sobre mim. Café, remédios, energéticos, ervas indígenas, entre outros, não funcionam. Pelo contrário, tenho a impressão que eles pioram a situação. Deve ser psicológico, só pode.

Enquanto escrevo este texto, imagino por alguns segundos a minha cama, ali, tão linda, tão macia, tão perfeita. Ela está me esperando, me chamando; venha, Leandro, durma, durma, descanse este coração infeliz...Não, agora não posso, tenho que terminar a crônica.

Enfim, dormir dez, doze, treze horas também não ajuda. Quanto mais eu durmo, mais sono eu tenho. E isso não é privilégio meu; já coletei depoimentos de pessoas que passam por esse empecilho também. Talvez seja um mal da sociedade contemporânea, da modernidade, dos meios de comunicação, da semiótica aplicada, do fim do comunismo, essas coisas.

4 comentários:

Jefferson Sato disse...

Fico imaginando as aulas de português:

- Hipérbole é o exagero. Por exemplo: "Ontem eu morri de sono". Claro que ninguém morre de sono!
- MENTIRA! O amigo de meu pai morreu de sono. Saiu até no jornal, olha! Português é tudo balela! REVOLUÇÃO JÁ!

___________


Eu também, quanto mais durmo, mais sono tenho. A não ser que eu tenha o prazer (que não me aparece há alguns anos) de acordar naturalmente, sem nenhum fator externo ao meu corpo. Fora isso, sou melhor pra acordar dormindo três horas do que dez.
Ou, melhor ainda, sou melhor nem dormindo. Enquanto eu tiver algo divertido para fazer, eu fico acordado sem problema algum por dias. Nem gosto de dormir.

Tatiane disse...

O Sato é um zumbi, não há o que ser questionado quanto a isso.

Somos amigos de sonolência então Le, porque eu sofro do mesmo mal que você: quanto mais durmo, mais sono tenho.

E exatamente na hora que você postou esse texto, eu 'tava quase dormindo em cima da mesa, no trabalho.
ashuahsuhasua

=*

C. F. disse...

Amigos da sonolência[3] !

Sei bem como é, ah sei muito bem!
:p

beijo.

Nath disse...

uhaahuauhhuhauauhuaha
pensei que a intensidade disso era só comigo! xDD

era pra eu ter entrado na internet pra ler esse texto à tarde, mas eu tava dormindo. huauhaha

Nossa, me descreveu no texto. A diferença é que um energético às vezes resolve, ou então é efeito placebo, haauhauh.
Café sempre resolve, mas eu não tomo porque não gosto. Tomei outro dia porque tinha prova e eu tinha que estudar, e antes disso, só há uns 3,4 anos. ;D

Acho que não morro de sono, graças ao meu indicativo de "tenho que parar de dormir": minhas costelas. Elas começam a doer até eu tomar vergonha na cara e levantar da cama. :x

beijo Lê.