domingo, 28 de setembro de 2008

Aos meus amores partidos

Eu seria o mais tranqüilo dos homens se você olhasse para mim: dormiria com o som de bossas e, no raiar do sol, mais ou menos na hora que meus sonhos chegam perto dos seus, eu acordaria dando bom dia ao rádio relógio, que tanto me deprime em manhãs normais. Se me quisesses, eu lembraria de ti em todos os momentos do dia: no caminho, na escola, em tardes ensolaradas e tristes; veria seu rosto em todos os espelhos do mundo, em todos os vidros de carro, nos pensamentos partidos, nas janelas quebradas, em ventos perdidos. Para falar com você eu seria Chico, Vinicius, Drummond e o maior dos poetas menores que eu encontrasse em bares sem coração. Ah, garota, se fosses louca por mim, chorinhos e poemas nas páginas eu faria, cheios de fiéis amores e palavras criadas. E se um dia brigássemos, eu daria uma volta no mundo em oitenta segundos, só para encontrar a melhor das desculpas por te odiar naquele instante banal. Ah, menina, goste de mim, olhe pra mim, me deixe feliz, me faça normal, que eu canto uma música, recito um poema, faço um desenho, resolvo os problemas e reinvento as estrelas. Se você olhasse para mim, meu amor, eu rimaria palavras cruzadas, objetos diretos e periódicas tabelas; faria dos metais não-metais. Quem sabe um dia, garota, você perceba a minha presença e, diante de ti, eu perca o medo e me transforme em mim mesmo.

3 comentários:

Leandro disse...

Não escrevi para uma garota só, é bom que se diga.

hehe

Jefferson Sato disse...

Ruivinha inclusa, né? Hahaha

Tatiane disse...

A Ruivinha, a Bunda, a Mina de direito... todas elas estão inclusas.
ahushuahsuahsa

E eu continuo achando que você é absurdamente diferente das coisas que escreve. :S

Beijo.