quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

A gostosa e eu

Confesso que eu já havia perdido a esperança de encontrar algum assunto merecedor de uma crônica para este blog vil até que, hoje, esperando o ônibus, aconteceu um fato digno dos melhores folhetins globais, me deixando a nítida sensação de estranheza com a pequenez do mundo em que vivemos.

Primeiro, cabe uma volta ao passado: em algum dia deste ano, Sato, Daniel e eu voltávamos da faculdade pela Rua Bresser quando, sem mais nem menos, uma gostosa nos roubou o olhar. E que gostosa! Merece até o adjetivo gostosíssima (que é para poucas). Como diz Antonio Prata, uma gostosa é um acontecimento literário. Concordo. Ficamos, como sempre, com a gostosa na cabeça; quero dizer, no pensamento (para não gerar interpretações alternativas).

Então, eis que hoje, alguns meses (e quilômetros) depois, eu encontro a gostosa no mesmo ponto de ônibus onde todos os dias espero impacientemente o meu coletivo. E para deixar a história mais novelesca ainda: ela estava conversando com a minha amiga de ônibus-comum Rita, premiada vendedora da Avon.

É claro que eu fui puxar conversa. Afinal, sou amigo da Rita, poxa. Foi aí que eu conheci a gostosa. Monique é o nome dela. Particularmente, eu sempre achei Monique um nome lindo, digno de princesas francesas do século XVIII, mais ou menos.

– Eu já não te vi em algum lugar? – perguntei à princesa.
– Será?
– Você estuda na São Judas?
– Não. Estudo no Camargo Aranha.

Pronto: descobri a América! Então é de lá que você vem, princesa. Tão perto de mim. Conforme o papo foi rolando eu conheci outros segredos da Monique: ela trabalha de operadora de telemarketing, fez curso técnico de secretariado, mora na minha rua, freqüenta o Kabulando (bar vizinho da São Judas).

É claro que a Monique percebeu que havia interesse no meu papo. Logo que eu cheguei, ela deve ter ouvido o meu pensamento: “Você não é aquela gostosa?”. Coitada. As gostosas devem sofrer muito, admiradas que são.

O ônibus passou e nos levou embora. No ponto perto da minha casa, eu desci; a Monique desce dois pontos depois, logo após a subida, mais ou menos próximo do Bar do Mané, pertinho da escola. Enfim, por alguns minutos a gostosa foi "minha". Amanhã, de quem será? Impossível saber: gostosa não tem dono.

6 comentários:

Leandro disse...

Mais um texto sobre mulheres.
Desculpe.

Jefferson Sato disse...

"Gostosa não tem dono."
Hahahah! Gostei dessa frase!

Ah, até que senti falta de seus textos sobre mulheres. É associado quase automaticamente ao seu blog.

Bacana! Parabéns para a Monique, por ser gostosa. Deve sofrer um bocado, mas beleza. Quem não sofre? Problema se ela fosse feia (como nós).

Anônimo disse...

pra mim monique è nome de piranhaa, nao de princesa do sèculo
XVII....

Nath disse...

HUAUHAAUHAUHAUHUAUHUHAHAHA
Ah, eu acho Monique um nome bonito também..
tipo o daquelas modelos das propagandas da Calvin Klein, sabe? mas elas não são "gostosas", são beem magras xDD

mas enfim, mais uma vez eu me convenço ainda mais que contato é tudo! Imagina se você não conhecesse a Rita?! xDD

beijo Lê!

Leandro disse...

O comentário do amigo anônimo foi realmente esclarecedor.

E sobre as gostosas não terem dono, é verdade: elas são de domínio público.
hahaha

Tchau.

Tatiane disse...

"Gostosa não tem dono."
E o Leandro não tem jeito.

ahsuahusha