sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

"Um dia as pedras se encontram"

Odeio despedidas. Aliás, alguém gosta? Tudo bem que existe aquele sentimento de perda e tristeza que o meu coração mórbido e masoquista aprecia, porque, além de tudo e de outras coisas, eu, você e todos nós, gostamos de sofrer um pouco.

Mas se despedir é um porre. E se for permanente, ou seja, se você nunca mais vai ver a pessoa, é duas vezes ruim. Você relembra todos aqueles momentos que passaram juntos, todas as discussões, as brigas, os beijos e abraços etc. E o pior é que, agora, no calor (ou no frio) do adeus, esses momentos até parecem bons, alegres, deixam a sensação de dever cumprido, de experiência vivida, de “tivemos que passar por isso, não é?”.

O coração aperta, são trocadas as últimas palavras, os últimos olhares, as últimas obrigações burocráticas. Ah, se sobrasse mais um tempinho pra conversar, eu diria que sentirei sua falta, que adorei reclamar com você, falar mal dos outros, enfim, ser estagiário com você. Mas o mundo não é feito de “se”; o mundo é composto de salas quadradas com computadores sem coração.

E, infelizmente, no final a gente sempre diz, com lágrimas nos olhos: “Ah, um dia eu passo por aqui, a gente marca alguma coisa”. Mas ambos sabem que isso não vai acontecer. Nunca acontece. As histórias precisam de um ponto final, não de reticências...

Enfim, o fim está chegando, não há mais palavras. Vamos embora e nunca mais nos veremos...As músicas tocam nas caixas lá em cima, músicas que sempre consideramos chatas, mas que agora até parecem legais, emocionantes...Através da janela, nós vemos os prédios e a chuva, como em todas as despedidas.

7 comentários:

Leandro disse...

São só alguns pensamentos perdidos...

Adeus.

Nath disse...

Ah, eu não tenho nada contra despedidas.
Na maioria das despedidas que eu participei, eu não senti muita coisa não, ficava normal.
Eu só começo a sentir os efeitos da despedida algum tempo depois.. sendo bons (sim!) ou ruins.

Tatiane disse...

O sofrimento humaniza as pessoas. É por isso que, querendo ou não, a gente gosta de sofrer, de dar a cara a tapa mesmo. Precisamos de algo que nos faça olhar no espelho de manhã e perceber que, ainda, somos humanos.

Mas enfim, despedidas são conseqüências. Pra que as coisas mudem, elas tem que existir, não tem jeito.

Jefferson Sato disse...

Eu não tenho o que dizer e, pelo bem dos que lêem os comentários do blog, eu não pretendo procurar hoje.

De qualquer forma, o que eu poderia adicionar? É isso aí...

rachel p. disse...

"O sofrimento humaniza as pessoas" - frase da Tatiane ak em cima!

e iso eh verdade!
dak a 3 dias vou me lembrar mais do que nunka um amigo q perdi; um amigo q nem sabia que era meu amigo, e eu naum sabia (ate a sua morte) que eu tbm era amiga dele!
dps disso, pensei: pra que esconder os sentimentos?!sofrer calada eh pior que sofrer colocando a boica no mundo!

ADEUS!
Há Deus?tantos chamam por ele e ele naum atende!

Anônimo disse...

Eu odeio despedidas. Acho que não sei me comportar nelas. Choro somente dias depois e na hora em si, fico com aquela cara de autista, de quem parece não saber o que está acontecendo. E eu acho que sempre chove em despedidas, porque chove por dentro da gente. Chove na alma.

Muito bom seu texto!

Anônimo disse...

E quando nós despedimos de maneira forçada...Sem ser aquilo que queriamos???Quando na verdade näo queriamos estar dizendo adeus???É faz parte do processo...Mas näo gosto do processo...A despedida quando é feita p sempre é um tanto cruel...e traumatica...fica na mémoria p sempre.