quarta-feira, 17 de março de 2010

16 de março, terça-feira, no Cinesesc

Como vocês sabem, o Cinesesc é a unidade voltada ao cinema do Sesc São Paulo. Fica na Augusta, 2075, descendo para os Jardins – o lado sóbrio da rua. O espaço abriga uma ampla sala de projeção, com uma tela de razoável grandeza. As poltronas são de um couro preto e confortável, perfeitas para quem deseja dormir um pouco.

Trabalhei por dois anos no Sesc Vila Mariana, que fica mais ou menos perto da rua Augusta. Como eu saía ao meio-dia da faculdade e entrava apenas às 16h no trabalho, passei boas horas nas poltronas negras do Cinesesc. Eu tinha muito sono durante o dia, então, como não pagava a entrada por ser funcionário, eu corria para o cinema a fim de descansar.

Dormindo, perdi os maravilhosos filmes austríacos, deixei de ver pérolas do cinema malaio, não me diverti com nenhuma comédia israelense e, infelizmente, não dei a mínima para todos os problemas do leste-europeu, pois, enquanto eles eram escancarados na tela, eu sonhava com alguma donzela de minha cabine particular.

Resolvi voltar ao Cinesesc nessa semana. Joguei fora o lado sonhador de minha vida e decidi assistir ao filme, finalmente. Escolhi “A Fita Branca”, do diretor alemão Michael Haneke. Adorei! Apesar de duradouro e duro em alguns momentos, o longa é realmente muito bom!

Mas o que tudo isso tem a ver com o meu TCC? Bom, está em cartaz no Cinesesc a exposição “Augustas”, do fotógrafo Eder Chiodetto. São dezenas de fotografias que mostram a diversidade da mais democrática rua da cidade: com uma câmera analógica, o artista capturou olhares, pessoas, carros, luzes, brilhos, momentos...Eder conseguiu imagens que chegam perto da abstração.

***

Quando saí do Cinesesc, a noite estava imensa. O céu era de um azul sereno, tranquilo. Andei um pouco... Logo parei em um farol de pedestres. Por dois minutos ele se manteve fechado: um pequeno número de pessoas se amontoou, esperando. Os carros corriam no asfalto... Quando o farol abriu, tive a sensação: essa rua é meio viva, não?

Um comentário:

Tatiane disse...

Que o TCC não nos deixe mais estressados e surtados do que já somos, e que não nos tranformemos em assassinos impiedosos por causa do mesmo, amém!

E pros lugares legais você nem me chama pra ir, né?

Quando o livro estiver pronto, eu vou querer uma cópia autografada e com dedicatória. E tenho dito.