sexta-feira, 13 de março de 2009

Ruminações

Então, furou aquele papo de postar toda semana. Não é que eu não quero, pelo contrário: passo horas do meu dia imaginando textos, mas realmente me falta inspiração, além de outras coisas mais. E também, é claro, está mais difícil pensar com tantos trabalhos, pautas, matérias e notas peladas para a faculdade. Mas tudo bem. A vida segue na linha...

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Aliás, nas últimas semanas, uma certa pessoa me fez pensar realmente na utilidade de ser jornalista. O incrível é que eu nunca questionei a minha escolha. Nunca. É óbvio que eu não vou sair correndo da sala, gritando: “Sai da frente, agora eu vou ser engenheiro químico”. Não. Mas aquela coisa de “aprender para ser igual” foi foda demais para a minha cabeça.


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Os textos abaixo são passagens do livro Trópico de Câncer, do Henry Miller.



“– Mas o que você quer das mulheres, então? – pergunto.
Ele esfrega as mãos, solta o lábio inferior. Parece completamente frustrado. Quando consegue gaguejar algumas frases soltas é com a convicção de que atrás das palavras há uma enorme inutilidade.
– Quero conseguir me entregar a uma mulher – declara – Quero que ela me tire de dentro de mim Para isso, precisa ser melhor do que eu, precisa ter cabeça...Tem que me convencer que eu preciso dela, que não posso viver sem ela. Você acha uma mulher dessas pra mim? Se fizer isso, eu lhe dou o meu emprego. Não ia me incomodar mais com o que ia acontecer, não ia precisar de emprego nem de amigos, livros, de nada. Se ela pudesse me convencer de que existe algo mais importante no mundo do que eu. Porra, eu me odeio!”


“[...]
– Você acha que gosto de mim. Isso mostra como sabe pouco a meu respeito. Sei que sou um grande sujeito, mas não teria esses problemas se não houvesse alguma coisa em mim. O que acaba comigo é não conseguir me expressar. As pessoas acham que sou um caçador de putas. Esses intelectuais que passam o dia inteiro sentado no terraço ruminando psicologia são superficiais. Essa foi boa, hein, ruminando psicologia? Anota pra mim. Vou usar na minha coluna na semana que vem.”

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Agora chega, vou dormir. Estou muito chato hoje, quase ruminando psicologia!

6 comentários:

Leandro disse...

Prometo texto melhor da próxima vez!

Tchau.

Jefferson Sato disse...

Grande Roberto Coelho. As pessoas saem da sala dele e vão direto para o psiquiatra. Nunca vi coisa tão deprimente.

Meu, eu ainda acho que sou essa primeira passagem do livro que você colocou. Isso aí sou eu! Que merda! Eu preciso muito ler esse livro!

Relaxe, o papo de atualizar toda semana nunca funciona. Se ao menos você ganhasse pra isso.

Anônimo disse...

Mas beterraba não tem gosto de milho... =/
Bjo.

Jefferson Sato disse...

Sinto a necessidade de dizer de novo:
definitivamente sou essa primeira passagem do livro!

Tatiane disse...

Concordo com o Sato quanto a passagem do livro, e quanto as atualizações. =D

E vocês (Sato incluso) precisam parar de idolatrar o Coelho, porque, afinal de contas, ele não está fazendo nada mais do que nos manipulando a pensar como ele.

(seria isso arrependimento por não ter assistido a última aula do Coelho, a qual todos diseram que foi muito boa? :S)

Jefferson Sato disse...

Eu não idolatro o Coelho. Na verdade, eu não vou com a cara dele. Tem algo que simplesmente me faz não gostar dele como pessoa. Mas sou obrigado a admitir que ele tem razão.