Eu sei, eu sei: bar é assunto recorrente neste blog vil. E ninguém precisa me xingar por voltar ao tema. Sou apenas um carinha ali sentado no canto, apreciando alguma cena inusitada ou, para variar, pensando em algum lírio oriental perdido no ocidente. São coisas da vida.
Mas eis que, ontem, conversando com o Vinícius, nobre e destemido calouro de jornalismo, ele solta a seguinte frase filosófica:
– Os bares daqui da São Judas são ruins, são tipo bar cansado!
Pronto: não poderia o ilustre colega classificar melhor a tão famosa modalidade de bares sem açúcar que teimam em existir por aí. Ou seja, aqueles bares que não empolgam nem o maior dos bêbados. É um bar sem o calor dos bons, um bar cinza, sombrio, solitário, sem identidade! Não merecedor da sublime e lubrificante alcunha de bar. É um bar-menor, como diria o poeta.
O dono do bar cansado geralmente tem nome aristocrático: Lúcio Rodolfo, ou Geraldo Cristão, ou Perilo Ambrósio. Nada de apelidos proletários, do tipo Betão, Seu Zé, Peruca, Careca, enfim, nomes comuns de dono de bar legal. Os garçons, ah, esses são os piores no bar cansado: não têm a ginga dos garçons de bar legal, que conseguem atender convincentemente cinco mesas ao mesmo tempo e ainda conversar sobre o último gol do Ronaldo com dois corintianos, dois são-paulinos, um palmeirense e um velhinho santista.
Freqüenta o bar cansado aquele cidadão estressado, tristonho, depressivo, impreciso, que come creme de milho e acha maravilhoso, mais ou menos um vilão de novela, saca? Sujeito sem jeito. Que não sabe beber como se deve, pois prefere ser social. Não ficam bêbados nunca, não dão vexame, não curtem a fossa do fora, não cantam o último sucesso da Xuxa.
As mulheres do bar cansado são diferentes também: não apaixonam ninguém, olham sempre para baixo, não vão ao banheiro na hora certa, não desdenham do cara bonitão, não dormem em cima da mesa. Nada disso. A mulher do bar cansado é um dos cinco tipos de mulheres inclassificáveis que tanto me fala Ivan, o Terrível.
Ah, para terminar, o bar cansado nunca, absolutamente nunca, consegue fazer com que o seu freqüentador, tão bêbado, diga:
– Seu Zé, me vê uma cerveja, pois eu quero comemorar a última vez que bebo!
Mas eis que, ontem, conversando com o Vinícius, nobre e destemido calouro de jornalismo, ele solta a seguinte frase filosófica:
– Os bares daqui da São Judas são ruins, são tipo bar cansado!
Pronto: não poderia o ilustre colega classificar melhor a tão famosa modalidade de bares sem açúcar que teimam em existir por aí. Ou seja, aqueles bares que não empolgam nem o maior dos bêbados. É um bar sem o calor dos bons, um bar cinza, sombrio, solitário, sem identidade! Não merecedor da sublime e lubrificante alcunha de bar. É um bar-menor, como diria o poeta.
O dono do bar cansado geralmente tem nome aristocrático: Lúcio Rodolfo, ou Geraldo Cristão, ou Perilo Ambrósio. Nada de apelidos proletários, do tipo Betão, Seu Zé, Peruca, Careca, enfim, nomes comuns de dono de bar legal. Os garçons, ah, esses são os piores no bar cansado: não têm a ginga dos garçons de bar legal, que conseguem atender convincentemente cinco mesas ao mesmo tempo e ainda conversar sobre o último gol do Ronaldo com dois corintianos, dois são-paulinos, um palmeirense e um velhinho santista.
Freqüenta o bar cansado aquele cidadão estressado, tristonho, depressivo, impreciso, que come creme de milho e acha maravilhoso, mais ou menos um vilão de novela, saca? Sujeito sem jeito. Que não sabe beber como se deve, pois prefere ser social. Não ficam bêbados nunca, não dão vexame, não curtem a fossa do fora, não cantam o último sucesso da Xuxa.
As mulheres do bar cansado são diferentes também: não apaixonam ninguém, olham sempre para baixo, não vão ao banheiro na hora certa, não desdenham do cara bonitão, não dormem em cima da mesa. Nada disso. A mulher do bar cansado é um dos cinco tipos de mulheres inclassificáveis que tanto me fala Ivan, o Terrível.
Ah, para terminar, o bar cansado nunca, absolutamente nunca, consegue fazer com que o seu freqüentador, tão bêbado, diga:
– Seu Zé, me vê uma cerveja, pois eu quero comemorar a última vez que bebo!
8 comentários:
É isso aí.
Hoje eu não tenho o que falar aqui.
Felicidades!
"[...] algum lírio oriental perdido no ocidente."
Sei BEM do que está falando! Também pensei incansavelmente nisso, mas sem a parte do bar, hehehe.
Todo blog precisa de um assunto recorrente! Faz parte do escritor (ou escritores).
Pensando nisso, preciso voltar a falar de comida!
Eu nunca te pego nesse nível de bebedeira! Um dia hei de presenciar esses momentos históricos que só leio por aqui!
Um abraço!
Desculpa os bares da são judas podem sim serem considerados bar legal... Os garçons tem sim, apelidos como cabelo e gigante ( é que no caso a falta de tempo, o fez perder a fase das apresentações). Outra o bar pode ser considera um bar cansado sim, justamente pelo que foi citado as pessoas que o enfrequentam...em algum momento fora no primeiro ano no bar legal?
Não sabe o que perdeu...rsrs
Nossa que termo, "Bar Cansado", na minha opinião, se vc ta com uma boa companhia e se o bar não falta cerveja gelada e barata, vinho do mais barato que deixa a tua boca manchada de roxa e algum fumante perto de mim pra eu,ex fumante, testar meu ideal de "nunca mais fumo!" esse bar é um bar sim muito legal! mas que forma sombria vc coloco os bares dai, tipo bares de noites chuvosas.ABRAÇO! =)
Concordo mano!! Até é legal ir no "bar cansado" , o problema é q rola meio q uma frescura...Legal é ir em bar q até o dono senta e toma uma com vc; ou aqueles que depois de algumas vc e seus brothers começam a cantar músicas da década de 90 sem vergonha de porra nenhuma...
Me lembro de um boteco em Porto que carinhosamente foi apelidado de Backstreet BAR porque ficava numa rua sem saída, atrás da escola...Aquele sim era loko,sem a frescura dos "bares cansados", todo mundo chapava e nem ligava pra nada.
FLW!
Fui 2x num bar perto de uma São Judas e não fui muito feliz... também nem voltei pra conferir os outros.
Mais origem de palavras!
=)
Postar um comentário