Primeiro Deus criou um buraco tão grande quanto a sua própria imaginação. Não havia absolutamente nada nesse imenso e inimaginável vácuo. Quer dizer, não existia nem mesmo o vácuo, já que o ar também não fora inventado até então. Era uma imensidão de nada em toda a sua inexistência. Nada, nada mais que o nada.
Em seguida Deus criou o ar. Mas aquela nova invenção não tinha mínima graça, assim parada, estacionada em lugar nenhum. Veio então o vento, que recebeu a nobre tarefa de enviar os pensamentos de Deus a todos os cantos do buraco. Nessa época, o buraco ainda tinha cantos, esquinas, curvas e semáforos. Depois Deus decidiu tornar o buraco infinito, justamente para que os humanos (que viriam posteriormente) questionassem: “Como assim infinito, Deus?”.
Os pensamentos de Deus eram carregados de uma massa roxa, que, quando batia num canto do buraco, criava uma estrela. Se batesse numa estrela, criava-se um planeta. Vários planetas formavam uma galáxia. Várias galáxias formaram alguma coisa, que no momento me foge o nome.
Depois de alguns bilhares de anos celestes, Deus percebeu que não tinha a mínima graça em criar planetas, estrelas e galáxias, pois esses corpos estavam sempre sozinhos, um muito distante do outro. Foi nessa época que as estrelas decidiram cair. Caíram tanto, tanto, tanto, que viraram cadentes. Apesar de tudo, não havia vida. Então, depois de muito estudar, Deus misturou um punhado de massa vermelha a um pouco da azul, espremeu, bateu no liquidificador e colocou no forno. Saiu o rinoceronte.
Deus gostou do animal. Resolveu criar mais. Do rinoceronte veio a cabra, posteriormente o pingüim, em seguida surgiu a abelha, para depois aparecer o tigre. O felino evoluiu para o pato, vaca, tatu e baleia. Deus criou as baratas nesses dias. Arrependeu-se depois, mas não dava mais tempo: elas se espalharam por todo o universo.
Como os animais estavam com fome, Deus misturou um pouco das massas marrom e vermelha para criar, enfim, as plantas. Aquela imensidão de verde por todos os lados irritou os olhos de Deus. Para contrabalançar, ele criou a água, que a princípio era transparente...Depois é que começaram vê-la azul.
Os animais, as plantas e a água conviveram harmoniosamente por longos e longos milênios. Foram felizes enquanto duraram. Porém, num dia Deus teve a maravilhosa ideia de criar o ser humano. Os antigos habitantes do universo ficaram com um medo terrível de serem destruídos, afinal, esse novo invento gostava tanto de comer, que às vezes comia até os amigos da própria espécie.
Acontece que Deus se cansou de criar coisas. Não havia mais sentido nesse trabalho. Então, ele pegou uma nuvem branca (para as crianças, elas são azuis) e foi viajar de férias. Deixou a nobre tarefa de criador aos seres humanos. Deus só não imaginava que o homem fosse tão independente a ponto de criar coisas terríveis: as guerras, o dinheiro, a bomba atômica, a fila do INSS, o preconceito, o metrô lotado, a fome, o trânsito, a miséria, a corrupção, o creme de milho, a saudade.
Em seguida Deus criou o ar. Mas aquela nova invenção não tinha mínima graça, assim parada, estacionada em lugar nenhum. Veio então o vento, que recebeu a nobre tarefa de enviar os pensamentos de Deus a todos os cantos do buraco. Nessa época, o buraco ainda tinha cantos, esquinas, curvas e semáforos. Depois Deus decidiu tornar o buraco infinito, justamente para que os humanos (que viriam posteriormente) questionassem: “Como assim infinito, Deus?”.
Os pensamentos de Deus eram carregados de uma massa roxa, que, quando batia num canto do buraco, criava uma estrela. Se batesse numa estrela, criava-se um planeta. Vários planetas formavam uma galáxia. Várias galáxias formaram alguma coisa, que no momento me foge o nome.
Depois de alguns bilhares de anos celestes, Deus percebeu que não tinha a mínima graça em criar planetas, estrelas e galáxias, pois esses corpos estavam sempre sozinhos, um muito distante do outro. Foi nessa época que as estrelas decidiram cair. Caíram tanto, tanto, tanto, que viraram cadentes. Apesar de tudo, não havia vida. Então, depois de muito estudar, Deus misturou um punhado de massa vermelha a um pouco da azul, espremeu, bateu no liquidificador e colocou no forno. Saiu o rinoceronte.
Deus gostou do animal. Resolveu criar mais. Do rinoceronte veio a cabra, posteriormente o pingüim, em seguida surgiu a abelha, para depois aparecer o tigre. O felino evoluiu para o pato, vaca, tatu e baleia. Deus criou as baratas nesses dias. Arrependeu-se depois, mas não dava mais tempo: elas se espalharam por todo o universo.
Como os animais estavam com fome, Deus misturou um pouco das massas marrom e vermelha para criar, enfim, as plantas. Aquela imensidão de verde por todos os lados irritou os olhos de Deus. Para contrabalançar, ele criou a água, que a princípio era transparente...Depois é que começaram vê-la azul.
Os animais, as plantas e a água conviveram harmoniosamente por longos e longos milênios. Foram felizes enquanto duraram. Porém, num dia Deus teve a maravilhosa ideia de criar o ser humano. Os antigos habitantes do universo ficaram com um medo terrível de serem destruídos, afinal, esse novo invento gostava tanto de comer, que às vezes comia até os amigos da própria espécie.
Acontece que Deus se cansou de criar coisas. Não havia mais sentido nesse trabalho. Então, ele pegou uma nuvem branca (para as crianças, elas são azuis) e foi viajar de férias. Deixou a nobre tarefa de criador aos seres humanos. Deus só não imaginava que o homem fosse tão independente a ponto de criar coisas terríveis: as guerras, o dinheiro, a bomba atômica, a fila do INSS, o preconceito, o metrô lotado, a fome, o trânsito, a miséria, a corrupção, o creme de milho, a saudade.